Uma grande reflexão por um Sr. do Rugby Nacional: Miguel Portela

Hoje fui a blog dele www.portela13.com e li um artigo que achei bastante interessante, para todos os atletas do Cascais que aspiram ir tanto ao próximo RWC2015 como os JO em 7's!

Aqui fica o texto retirado do blog de Miguel Portela. Peçam para 2012 adquirir algumas das qualidades referidas por ele e talvez os objectivos de cada um e colectivos sejam alcançados!

"O Sonho de 2015...

A propósito do lançamento do vídeo do convite para o Mundial 2015 (em Inglaterra) e que vai em baixo, importa saber onde Portugal se encaixa nessa realidade.

É importante sonharmos. É fundamental!

Estarmos presentes no Mundial de 2015 é um desses Sonhos pelos quais vale a pena lutar.

Depois do enorme feito de Montevideo (como digo sempre, mais do que o Mundial em si, foi este o grande momento do rugby Nacional) o rugby português deu, quase como que naturalmente, um passo em frente….

No reconhecimento público, na atracção de jovens, na preocupação de se melhorarem condições da prática da modalidade, etc….

Contudo, a naturalidade com que as coisas pareceram surgiram corre o risco de nos fazer esquecer todo o trabalho de base que esteve no sucesso e, principalmente, qual a nossa realidade, o nosso real valor…



De repente, estarmos em um qualquer Mundial surge como se de uma obrigação se tratasse…

Ganharmos um 6 Nações B não é mais do que a nossa obrigação.

No 7´s, não irmos à CUP, era falharmos o objectivo básico a que estaríamos obrigados.

Internamente, o nosso nacional (actual Super Bock) teria de se equivaler a um campeonato de qualidade razoável, quase ao nível de um Top14 (passe o exagero).

Os nossos jogadores, por parecerem verdadeiras máquinas atléticas, eram logo de enorme nível, que mereciam, desde logo, um lugar numa dessa grandes equipas estrangeiras.

Em geral, os sujeitos do Rugby Português, esqueceram as origens!

Perdemos a HUMILDADE!

Quase todos sem excepção….

As conferências de imprensa, as noticias sobre o nosso rugby, a forma como o público exigia qualidade e resultados às equipas, eram quase sempre empoladas e iam muito além da génese do nosso rugby.

A Imagem começou a sobrepor-se, sistematicamente, ao real valor dos nossos intervenientes.

No entretanto, quando damos por nós……….. começámos a perder com a Espanha; nos Sevens ficamos fora das finais bowl e shield; o campeonato interno vai perdendo qualidade; perdemos lugares no ranking IRB!

Resultados preocupantes atenuados por umas idas à CUP ou fabulosas vitórias (e digo-o sentido) em Bucareste ou em solo Russo que eram utilizados, muitas vezes, para atirar areia aos olhos dos resultados preocupantes que forma primeiramente assinalados.

Perante este diagnóstico, onde queremos ir? Qual o caminho a seguir?

Antes de mais, e não obstante o olhar céptico sobre o estado actual das coisas, não podem restar quaisquer dúvidas quanto ao facto de, actualmente, estarmos melhores do que quando começámos a caminhada para 2007.

Temos mais jogadores, mais organização, melhores condições de treino, mais experiência internacional.

O que é bom e motivador!

Há, no entanto, pequenos (mas importantes ajustes) e fazer no rugby nacional.

Acima de tudo na mentalidade….

Voltarmos a trabalhar dentro da humildade e com plena consciência das nossas deficiência e debilidades.

Reconhecermos que, para chegarmos onde outros chegam naturalmente, temos de trabalhar o dobro ou o triplo; temos de ter o quíntuplo do entusiasmo; temos de ser mais unidos que nunca. E até na sorte temos de a ter mais do que os outros.

Pensar assim é ser-se pequeno (o que está na moda é ser-se arrogante e dizer que se joga sempre para ganahr mesmo quando se sabe que isso é impossível)?

Julgo que não….

Conhecermos as nossas fraquezas é, talvez, uma das melhores forma para nos prepararmos para o combate. Obriga-nos a ser mais unidos.

Obriga-nos a pedir menos e fazer mais!

Torna-nos mais honestos e leva-nos a encontrar as soluções reais para que possamos chegar ao objectivo que, de forma consistente e crescente, ir-se-á instalando em cada um de nós e nos permitirá sonhar, em sintonia, com o Mundial de 2015( o grande objectivo) e também nos mundiais de 7´s e JO.

Para isto, é preciso saber QUEM quer estar de corpo e alma neste Processo.

Saber quem, independentemente do dinheiro, glória ou outras recompensas individuais, quer e tem verdadeiro prazer para andar nestas andanças.

Os responsáveis podem organizar e reunir toda uma estrutura de treinos e condições de trabalho que permitam a estes entusiasta contribuir de uma melhor maneira com a sua prestação…

Mas não caiam mais na tentação de comprar, com dinheiro, esse entusiasmo….

Estamos a tempo….

Conheço a grande maioria dos jogadores e sei que, independentemente do dinheiro, a vontade e o entusiasmo de poderem levar o nosso rugby mais longe é ilimitado.

Era importante que todos assumíssemos este compromisso….

Pensar realisticamente………….. mas sem nunca deixar de SONHAR!

Falar menos (faz-me confusão a leviandade com que se diz que temos de ganhar a uma Roménia, Georgia ou Russia… de irmos à CUP, etc..) e fazer mais…

Traçarmos objectivos que vão do menor para o maior…

2012 está à porta e será o ano zero de partida para os próximos Grandes Objectivos do nosso rugby…..

O caminho não é certamente fácil….

Mas unidos podemos lá chegar.

Entretanto, a nível internacional, podemos e devemos sempre contar com a IMPORTANTE ajuda nos nossos irmãos luso-franceses… Já habituados a um rugby mais competitivo e que, de uma maneira geral, defendem as cores de Portugal com uma bravura notável. BARDY é o exemplo prático disso!

Entretanto fica o vídeo do Mundial de 2015... para não deixarmos de SONHAR!"